quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O verdadeiro Diabo é a ignorância!

O verdadeiro diabo não é rabudo nem tem chifres. Não é vermelhinho nem anda com tridente algum. No entanto, espeta como ninguém, principalmente quando usa a auto-culpa das pessoas como meio comum para suas estocadas ocultas.
Não, o verdadeiro diabo não é ostensivo, pelo contrário, é discreto demais, mas é radical em seus propósitos.
Ele age na calada oculta do ego, sempre estimulando as reações extremadas, mesmo aquelas disfarçadas de causas justa, ou aquelas revestidas de aparente raciocínio crítico. Ele gosta dos corações empedernidos no ódio e das mentes ressequidas de orgulho.
O verdadeiro diabo não criou inferno algum, pois ele já o encontrou plasmado dentro das pessoas cheias de medo e culpa. E, para sua própria surpresa, descobriu que o tal inferno não é um lugar, mas um estado de consciência, mantido pelas próprias pessoas. E ainda mais: descobriu que ali não é quente, pelo contrário, é um clima sombrio e frio, sem o calor da luz e sem o viço da alegria.
Pois é, o inferno é um estado de consciência, e o diabo não é uma entidade maléfica à parte do ser humano, nem mesmo um ser criado por Deus. Não mesmo!
O verdadeiro diabo se chama ignorância, e as pessoas o adoram, principalmente os fundamentalistas de qualquer área, seja religiosa, técnica ou espiritualista, que simplesmente são os seus maiores divulgadores.
Esse é o diabo que precisa ser exorcizado dos homens: a ignorância, em qualquer de suas manifestações.
Logo após eu ter feito esses escritos, surgiram dois espíritos da Cia. do Amor e me passaram espiritualmente o seguinte:
“É, o Dr. Bom Senso recomenda: doses cavalares de discernimento em tudo o que se vê, se escuta e lê”.
E amor e consciência, principalmente nos estudos espirituais, que são portas abertas para o esclarecimento consciencial.
E para parar de escorregar na maionese psíquica, altas doses de modéstia, atenção e lucidez.
O Ministério da Saúde informa: acreditar num diabo de fora e culpá-lo pelas próprias tolices faz mal para a saúde do raciocínio. Porém, identificar claramente o diabo interior, criado pelo próprio ego das pessoas, e combater tenazmente as manifestações de sua ignorância, é só alegria!
Na verdade, as pessoas criam o seu próprio inferno (e nutrem o bichinho), e cada um anda e comunga (por dentro) com o diabo que criou e merece!
Jesus ensinou: “A cada um segundo suas obras!” E a galera da Cia. do Amor complementa o toque: “A cada um segundo o diabo e o inferno que carregam por dentro!” Ou, no caso de quem já raciocina e assume a própria responsabilidade por ousar pensar e tentar crescer pelo discernimento: “A cada um segundo o paraíso e amor que carregam por dentro!”.
Resumindo o lance: que cada um encontre no mundo aquilo que já estiver dentro de si mesmo como pré-disposição. Quem gosta de inferno e diabo, que chafurde no próprio medo e ignorância que mantém em si mesmo. E quem gosta de esclarecimento, luz e amor, que viva com a alegria que conquistou em si mesmo, por ousar pensar, trabalhar e crescer.
O verdadeiro diabo é apenas o reflexo psíquico do próprio ser humano iludido. E o ser humano é apenas o reflexo distorcido da divindade que mora nele mesmo, mas que ainda não despertou.
Às vezes, o discernimento vem e faz toc, toc, toc... na porta, chamando o divino adormecido para o despertar consciencial. E se ele não desperta, logo vem o Dr. Carma e arromba a porta, para que a Dona Dor faça a festa.
É isso, nada mais. Só um textinho para dar um toc, toc, toc... na porta...
A Cia. do Amor vai nessa... sempre lembrando que toda hora é hora de crescer!
Até mais!
Wagner Borges - Jundiaí, 21 de junho de 2004.
Notas:
A Cia. do Amor é um grupo de cronistas, poetas e escritores
brasileiros desencarnados que me passam textos e mensagens
espirituais há vários anos.
Em sua grande maioria, são poetas e muito bem humorados. Segundo eles, os seus escritos são para mostrar que os espíritos não são nuvenzinhas ou luzinhas piscando em um plano espiritual inefável.
Eles querem mostrar que continuam sendo pessoas comuns, apenas vivendo em outros planos, sem carregar o corpo denso. Querem que as pessoas encarnadas saibam que não existe apenas vida após a morte, mas, também, muita alegria e amor.
Os seus textos são simples e diretos, buscando o coração do leitor.
Para maiores detalhes sobre o trabalho dessa turma maravilhosa, ver o livro Cia. do Amor - A Turma dos Poetas em Flor (Edição independente - Wagner Borges), e sua coluna na revista on line do site do IPPB:
www.ippb.org.br

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